Tarcísio, Zema e Caiado atacam Lula ao comentar caso Trump – 09/07/2025 – Poder
Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) criticaram o governo Lula (PT) e eximiram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao comentar a imposição de uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciada nesta quarta-feira (9).
Na carta enviada a Lula anunciando a tarifa, Trump saiu em defesa de Bolsonaro, réu no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a acusação de comandar uma trama golpista. Os três governadores são vistos como presidenciáveis nas eleições de 2026 e possíveis herdeiros de votos no campo bolsonarista.
“Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, escreveu Tarcísio.
Em janeiro, por ocasião da posse de Trump, o governador de São Paulo gravou um vídeo comemorando o início do mandato do americano, no qual usou o boné característico do movimento Maga (“Make America Great Again”).
Já Zema, que também é cotado como presidenciável em 2026, disse em rede social: “As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF. Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai [sic] custar caro para Minas e para o Brasil”.
Outro cotado para a disputa presidencial é Ronaldo Caiado. Em texto divulgado, comparou Lula com o venezuelano Hugo Chávez e, sem citar Bolsonaro, disse que o petista “sai em ataque ao presidente dos Estados Unidos, país que sempre foi nosso aliado”.
Ele sugeriu a criação de uma comissão parlamentar para diálogo com os Estados Unidos diante da crise.
Também é apontado como possível presidenciável à direita Ratinho Jr (PSD), que governa o Paraná.
Embora não tenha falado sobre Trump, ele publicou após o anúncio um trecho de uma entrevista na qual se coloca como um nome contrário à polarização. “Eu não perdi tempo brigando com ninguém, até porque o povo não me paga para brigar, paga para trabalhar”, diz, no vídeo.
Aliados dos governadores disseram à Folha que eles se encontram em uma saia-justa, estudando como manter uma imagem moderada diante da atual conjuntura.
Além disso, também receiam que empresas e investidores brasileiros prejudicados pelo ato de Trump possam interpretar de forma negativa eventuais defesas a Bolsonaro e Trump.
Levantamento feito pela Folha mostra que, de janeiro a junho deste ano, os quatro estados faturaram R$ 9,9 bilhões com exportações aos EUA, sendo a maioria, R$ 6,3 bilhões, referente apenas a produtos de São Paulo.
Afilhado político do ex-presidente, o governador de São Paulo é visto como favorito para se candidatar à Presidência no próximo ano, mesmo insistindo que será candidato à reeleição no estado.
Há dois dias, Tarcísio compartilhou uma postagem de Trump em apoio a Bolsonaro e com críticas ao STF.
O governador disse que seu padrinho político “deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as eleições”. Apesar disso, ele poupa o Supremo de ataques e tenta manter uma relação cordial com os ministros.
Bolsonaro tem repetido ser alvo de perseguição política. Já o presidente Lula convocou uma reunião de última hora com ministros, nesta quarta, e divulgou uma nota dizendo que o Brasil “é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.
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