Stock Car vira digital e turbina patrocínios – 03/05/2025 – Painel S.A.

Stock Car vira digital e turbina patrocínios – 03/05/2025 – Painel S.A.


As corridas da Stock Car Brasil deste ano devem movimentar R$ 12,5 bilhões em patrocínios, segundo projeções de mercado. É quase meio bilhão a mais para compensar os investimentos que modificaram radicalmente não só os carros, mas a relação dos fãs com o esporte. Agora, eles podem pagar assinaturas em aplicativos e acompanhar até seu piloto dentro do carro durante a prova. Tudo isso vira receita para a organização.

Para o piloto Enzo Elias, 23, uma das promessas do automobilismo nacional e que integra a Scuderia Bandeiras, o conjunto de inovações elevou em ao menos 20% as cotas de anunciantes e inaugurou um novo modelo de negócios, que trata as competições como um palco de entretenimento, a exemplos dos grandes shows musicais. Entre seus patrocinadores estão BRB e Boldhub.

Só a tecnologia explica esse impacto nas receitas de patrocínio?

Houve um investimento muito grande em tecnologia, algo que melhorou totalmente a forma como as marcas se relacionam com a competição, com os pilotos e com as equipes

Os fãs podem assinar um aplicativo, escolher um piloto e acompanhá-lo na corrida dentro do cockpit [do carro], ouvindo o que ele fala com a equipe e com o engenheiro. Também entenderá a estratégia das paradas, algo meio incompreensível para quem vê de fora. Quem é fã do Enzo Elias pode correr com ele dentro do carro. O assinante [do app] também passa a receber notícias sobre o que está acontecendo, eventos relacionados à corrida.

Esse investimento é das equipes ou da própria Stock Car Brasil?

Da Stock Car. É uma modernização, mas ela ocorre principalmente nos carros.

O que mudou?

A gente sai dos antigos sedãs V8 aspirados para um novo modelo nunca antes utilizado, para uma modernização de marcas só com modelos SUV à venda [no mercado]. São o Chevrolet Tracker, o Toyota Corolla Cross e o Mitsubishi Eclipse Cross com motores 2.0 turbo e 100% fabricados no Brasil. É um motor com uma pegada ambiental e temos um sistema de asa móvel traseira como na F1. Há várias formas de patrocínio nos carros, criando um ecossistema de entregas que vai além da performance em pista.

Trabalhamos a integração dos nossos patrocinadores no box, eles terão mais acesso ao nosso trabalho, estamos entregando algo mais agradável para o patrocinador. Hoje, o cliente quer muito mais do que exposição da marca, algo que ocorre independentemente de qualquer coisa. A gente tem de entregar uma experiência para ele. É isso o que a Stock Car está tentando fazer.

Em quanto isso fez subir o tíquete do patrocínio?

Varia muito, dependendo do formato, mas uns 20% na cota master.

Você mira a F1?

Sempre é um sonho seja para piloto, engenheiro ou mecânico. Mas, para isso, é preciso ter muito dinheiro e muita influência política. A F1 hoje não é uma realidade. Eu teria de estar na F4, com 15 anos e muito dinheiro para migrar para a F3, aos 16. Passar para a F2, com 17. Mesmo chegando lá em uma equipe como a Ferrari, por exemplo, os pilotos titulares têm contratos de cinco anos. Você não tem o que fazer, fica como reserva. Claro que, se chamarem, eu vou, mas estou concentrado nos campeonatos de endurance [longa duração], como Le Mans. Meu sonho é representar alguma grande montadora.

Ok, seu caminho não é o da F1, mas há um mercado diversificado no automobilismo e você vive disso, certo?

Exato. Hoje há diversos campeonatos no mundo, extremamente profissionais, de nível semelhante ao da F1, com pilotos no mesmo patamar até. Há a Fórmula Indy, o campeonato norte-americano e mundial de Endurance, que cresceu muito. Há campeonatos pela Europa toda com muitas marcas, como Lamborghini e Ferrari. Os pilotos ganham a vida hoje rodando o mundo. O universo do automobilismo é muito grande e quem está nessa carreira quer é levar o esporte para todo público, porque, no fundo, é tudo entretenimento.


RAIO-X

Enzo Elias, 23

Automobilista, tem duas vitórias e cinco pódios na Stock Car e é pentacampeão da Porsche Cup Brasil. Começou no esporte aos 11 anos como piloto de kart. Após dois anos, já tinha conquistado cinco títulos na modalidade. Em 2019, tornou-se o campeão mais jovem da história dos campeonatos da Porsche no mundo e hoje é piloto da Scuderia Bandeiras na Stock Car Pro Series.


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Fonte: UOL

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