Reforma da OpenAI faz Microsoft bater US$ 4 trilhões – 28/10/2025 – Mercado

Reforma da OpenAI faz Microsoft bater US$ 4 trilhões – 28/10/2025 – Mercado


A OpenAI anunciou nesta terça-feira (28) uma aguardada reestruturação que concedeu à sua maior acionista individual, a Microsoft, uma participação de US$ 135 bilhões e fez o valor de mercado da gigante de software superar a barreira dos US$ 4 trilhões.

Agora, a chamada OpenAI Foundation, braço sem fins lucrativos da startup, vai controlar o conselho e deter 26% do novo OpenAI Group, que deve operar como um negócio tradicional. Já a Microsoft tem uma fatia de 27% na mesma divisão, e funcionários e outros investidores ficam com os 47% restantes.

A criadora do ChatGPT foi originalmente fundada como uma organização sem fins lucrativos, mas vinha buscando atrair novos investimentos ao permitir que investidores detenham ações tradicionais.

Segundo a startup, avaliada em US$ 500 bilhões, o OpenAI Group é essencial para levantar os recursos necessários para o desenvolvimento de grandes modelos de linguagem e à preparação para uma eventual abertura de capital.

O anúncio fez as ações da Microsoft subirem 2%, levando seu valor de mercado voltar a ultrapassar a marca de US$ 4 trilhões após três meses, patamar também atingido pela Nvidia e, brevemente nesta terça, pela Apple.

A designer de chips, principal beneficiária do boom da inteligência artificial, foi a primeira a superar os US$ 4 trilhões, em julho, e vale cerca de US$ 4,8 trilhões após uma alta de 5%. A fabricante do iPhone chegou a superar a marca pela primeira vez nesta tarde, mas a valorização desacelerou e a empresa fechou o dia valendo US$ 3,99 trilhões.

O cofundador e CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou nesta terça-feira (28) que uma oferta pública de ações é “o caminho mais provável”, dadas as altas exigências de capital do grupo, embora ainda não haja planos concretos.

Embora o acordo conceda à Microsoft a maior participação individual no OpenAI Group, o braço sem fins lucrativos da empresa pretende manter o controle, graças ao direito exclusivo de nomear e destituir membros do conselho.

Fundada em 2015 com a missão de garantir que a inteligência artificial geral (AGI) —que superaria a inteligência humana— beneficie toda a humanidade, a OpenAI vinha enfrentando resistência da própria Microsoft em sua tentativa de adotar uma estrutura corporativa mais tradicional.

Como parte do acordo, a OpenAI permitirá que a Microsoft acesse sua tecnologia de IA até 2032, e prometeu gastar US$ 250 bilhões com os serviços de nuvem da empresa ao longo do tempo.

A fatia de 27% da Microsoft será avaliada em cerca de US$ 135 bilhões, quase dez vezes o total de US$ 13,75 bilhões que a gigante de tecnologia investiu na OpenAI desde 2019.

O acordo também permitirá que investidores como o SoftBank, de Masayoshi Son, e os fundos de capital de risco Thrive Capital, Andreessen Horowitz e Sequoia Capital passem a deter participações acionárias diretas na empresa. Antes, eles tinham direito apenas a uma parcela dos lucros.

Altman não receberá ações como parte da reestruturação e não tem planos de fazê-lo, segundo uma pessoa próxima à empresa.

O conselho da fundação será o único responsável por garantir que a empresa com fins lucrativos siga sua missão inicial de fazer com que a AGI beneficie toda a humanidade —poder que será exercido principalmente por meio da nomeação e destituição de diretores. Altman permanecerá em ambos os conselhos.

A fundação afirmou que, inicialmente, focará no financiamento de pesquisas em saúde e cura de doenças, além de soluções técnicas de “resiliência em IA”, para tornar os modelos mais robustos. O acordo foi aprovado pelos procuradores-gerais de Delaware, onde a OpenAI é registrada, e da Califórnia, onde tem sede.

A questão do controle foi um dos principais pontos das negociações entre a OpenAI, assessorada por Goldman Sachs e Michael Klein, e a Microsoft, que contou com a consultoria do Morgan Stanley.

Os investimentos anteriores da Microsoft já haviam dado ao CEO Satya Nadella acesso à tecnologia da OpenAI, incorporada a seus produtos corporativos e de consumo, além de direitos exclusivos como provedora de nuvem da startup.

Mas a relação entre as duas empresas se deteriorou com o tempo, à medida que as ambições da OpenAI cresceram, levando a desentendimentos sobre a quantidade de poder computacional destinada à startup, que buscava desenvolver modelos cada vez mais potentes para competir com rivais como Google e Anthropic.

Como parte do acordo anunciado nesta terça, a Microsoft abriu mão de seus direitos exclusivos sobre a provisão de nuvem. Também renunciou aos direitos de bloquear após o crescimento explosivo da OpenAI.

Ainda assim, a Microsoft manterá acesso aos modelos da OpenAI até 2032. Antes, esse acesso seria encerrado assim que o conselho da OpenAI determinasse que a AGI havia sido alcançada —um dos principais pontos de conflito entre as empresas.

Agora, caberá a um painel independente verificar se a AGI foi de fato alcançada —embora o tamanho, a composição e até a definição exata de AGI ainda não tenham sido determinados.

A Microsoft também manterá acesso a pesquisas e métodos usados no desenvolvimento dos modelos da OpenAI até 2030, ou até que o painel conclua que a AGI foi alcançada, o que ocorrer primeiro.



Fonte: UOL

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