PIB da Argentina cresce 0,8% no 1º tri, abaixo do esperado – 23/06/2025 – Mercado

A economia da Argentina cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores, abaixo das estimativas de 1,5%, apontam dados do Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos) divulgados nesta segunda-feira (23).

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o PIB argentino cresceu 5,8% no período de janeiro a março. A estimativa mediana dos economistas pesquisados pela Bloomberg nessa base era de um crescimento de 6,1%.

Os dados vieram abaixo do esperado devido ao aumento das importações (17,7%, na comparação trimestral) e à queda nas exportações (-1,5%) e nos gastos do governo (-0,1%), que moderaram a recuperação do país.

Ainda assim, o resultado marca o terceiro trimestre consecutivo de expansão. Em maio, a inflação mensal na Argentina desacelerou para um recorde de cinco anos, para 1,5%, enquanto os preços no atacado mostraram deflação pela primeira vez desde a pandemia.

A taxa de crescimento anual elevada era esperada, dado que no início de 2024 a Argentina estava no meio da terapia de choque de austeridade do presidente Javier Milei, após uma abrupta desvalorização da moeda que afetou os gastos dos consumidores e uma série de corte de gastos públicos.

Desde então, a significativa recuperação dos salários argentinos e a maior disponibilidade de crédito impulsionaram o consumo das famílias. Os gastos dos consumidores cresceram 2,9% em relação ao trimestre anterior.

A Argentina chegou a um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI (Fundo Monetário Internacional) em abril e relaxou muitos de seus controles de capital e câmbio. A moeda agora flutua entre bandas e é livremente acessível aos indivíduos.

O peso permaneceu estável, com alguma intervenção governamental no mercado de futuros. Uma missão do FMI visitará Buenos Aires nesta semana para revisar seu desempenho até o momento e liberar US$ 2 bilhões adicionais após um desembolso inicial de US$ 12 bilhões.

Economistas consultados pelo banco central da Argentina em maio esperam que a economia cresça 5,2% em 2025.