OpenAI e Microsoft avançam em acordo para liberar IPO – 11/09/2025 – Mercado
A OpenAI e a Microsoft anunciaram avanço em um acordo que pode levar a uma reestruturação da criadora do ChatGPT e a uma futura abertura de capital. O plano prevê que a controladora sem fins lucrativos da startup detenha uma fatia avaliada em pelo menos US$ 100 bilhões.
As duas empresas informaram nesta quinta-feira (11) que assinaram um “memorando de entendimento não vinculativo”, o que representa um passo significativo nos esforços da startup para se converter em uma estrutura mais amigável a investidores.
A Microsoft, uma das primeiras apoiadoras da empresa de inteligência artificial, está há meses em negociações com a OpenAI sobre o acesso ao uso da tecnologia, propriedade intelectual e receita.
Um acordo é considerado etapa essencial para a OpenAI transformar parte de seus negócios em uma empresa com fins lucrativos e abrir caminho para uma oferta de ações que renderia um enorme retorno a investidores como a SoftBank e ao cofundador Sam Altman.
Uma das principais questões nas conversas sobre a conversão da OpenAI é como o capital na nova entidade será dividido entre a Microsoft, outros investidores, funcionários e a entidade sem fins lucrativos que controla a empresa.
Nesta quinta, a OpenAI disse que determinou que a controladora sem fins lucrativos terá participação acionária no negócio reestruturado no valor de pelo menos US$ 100 bilhões.
A empresa não informou qual porcentagem isso representaria, mas duas pessoas a par dos planos afirmaram que seria entre 20% e 30%. A OpenAI negocia um acordo que a avalia em US$ 500 bilhões.
A Microsoft deve ficar com cerca de 30% da companhia após a conversão planejada, segundo fontes próximas às conversas —participação avaliada em aproximadamente US$ 170 bilhões no valor atual.
As duas empresas afirmaram que estão “trabalhando ativamente para finalizar os termos contratuais em um acordo definitivo” depois de acertar o memorando não vinculativo sobre “a próxima fase de nossa parceria”.
As empresas não forneceram detalhes sobre o conteúdo do novo acordo. O contrato deve definir qual acesso a Microsoft terá à propriedade intelectual da OpenAI, qual parte das receitas lhe caberá e se manterá direitos exclusivos de hospedagem dos modelos da OpenAI em sua nuvem.
As companhias esperam concluir os termos até o fim do ano, segundo pessoas próximas às negociações.
“Continuamos focados em oferecer as melhores ferramentas de IA para todos, baseadas em nosso compromisso compartilhado com a segurança”, acrescentaram.
A OpenAI foi fundada em 2015 como uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, com a missão de criar IA para beneficiar a humanidade.
Mas desde o lançamento do ChatGPT em 2022, a empresa tornou-se um gigante comercial com 700 milhões de usuários semanais e demanda incessante por novos recursos. Como resultado, a OpenAI vem pressionando para adotar uma estrutura mais convencional e atrativa a investidores.
Esses esforços, porém, têm sido conturbados. A companhia reduziu a ambição inicial e agora mira converter apenas uma subsidiária em uma “public benefit corporation” (PBC), formato de empresa com fins lucrativos que mantém objetivos sociais, com a controladora sem fins lucrativos preservando o controle final.
O presidente da startup, Bret Taylor, afirmou nesta quinta que esses planos “também nos permitirão levantar o capital necessário para cumprir nossa missão —e garantir que, à medida que a PBC da OpenAI cresça, também cresçam os recursos da entidade sem fins lucrativos, possibilitando um impacto comunitário histórico”.
A Microsoft investiu US$ 1 bilhão na empresa em 2019, oferecendo capacidade computacional e capital em troca de acesso aos modelos de IA da startup. Desde então, já injetou outros US$ 12 bilhões na criadora do ChatGPT, adquirindo enorme influência sobre o futuro da OpenAI.
A startup enfrenta ainda uma ação judicial movida por Elon Musk, que busca bloquear a reestruturação. O plano também depende da aprovação dos procuradores-gerais de Delaware, onde a OpenAI é registrada, e da Califórnia, onde concentra suas operações.
Os procuradores-gerais dos dois estados enviaram carta à empresa na semana passada expressando “sérias preocupações” após a morte de alguns usuários de chatbots, e disseram que a segurança precisa ser aprimorada antes de aprovarem a reestruturação planejada.
Taylor declarou: “Estamos totalmente comprometidos em responder às preocupações dos procuradores-gerais”.
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