Instagram atinge 3 bilhões de usuários mensais – 24/09/2025 – Tec
O Instagram alcançou 3 bilhões de usuários mensais, consolidando-se como um dos aplicativos de consumo mais populares de todos os tempos e levando sua controladora, a Meta, a dar ainda mais ênfase às ferramentas que impulsionam esse crescimento: vídeos curtos e mensagens privadas.
O app está alterando a barra de navegação da tela inicial para destacar as mensagens privadas e o Reels, rival do TikTok (da ByteDance), o que tornará esses recursos mais fáceis de encontrar. Também está realizando um teste na Índia em que o aplicativo abrirá diretamente no Reels, em vez do feed tradicional —um design que a empresa também aplicou em seu novo aplicativo para iPad.
Outro teste permitirá que os usuários do Instagram influenciem mais diretamente o algoritmo de conteúdo, selecionando ou ocultando tópicos de acordo com seus interesses, segundo Adam Mosseri, chefe do Instagram.
As mudanças fazem parte de um esforço mais amplo para explorar os recursos mais populares do Instagram —mesmo que isso signifique se afastar ainda mais do feed de fotos tradicional que tornou o aplicativo um sucesso mundial. Embora o Instagram tenha sido conhecido principalmente como um espaço para postar e rolar destaques da vida pessoal, esse tipo de compartilhamento vem caindo há anos, disse Mosseri.
Atualmente, as mensagens privadas são a forma mais popular de compartilhamento no app, seguidas pelos Stories que desaparecem. Mais de 50% do tempo gasto no Instagram vem de pessoas assistindo a vídeos —e a maioria desses vídeos são recomendações de fora da rede de contas que os usuários seguem.
“As pessoas pensam em nós como um feed de fotos quadradas, mas não é assim que usam o Instagram —e já faz muito tempo que não é assim”, disse Mosseri na semana passada, em entrevista paralela à conferência anual Connect da Meta.
A Meta comprou o aplicativo por US$ 1 bilhão em 2012, mas ele se tornou a fonte mais importante de crescimento de receita da empresa e a principal ferramenta para enfrentar rivais como TikTok, Snapchat e o X de Elon Musk.
O futuro do app, no entanto, está em parte ameaçado pela acusação da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) de que a Meta mantém um monopólio ilegal em redes sociais. Uma decisão judicial sobre o caso é esperada para o fim deste ano ou início de 2026, e um possível resultado contra a Meta poderia incluir a ordem de separar o Instagram.
Assim como seu chefe altamente competitivo, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, Mosseri é um tanto paranoico em garantir que o Instagram não se acomode em sua escala massiva. Não se trata apenas de manter usuários, disse ele, mas também de continuar relevante. O outro grande serviço social da Meta, o Facebook, também alcançou 3 bilhões de usuários mensais, mas tem enfrentado dificuldades para manter sua posição como a principal plataforma social do mundo, especialmente entre os jovens.
“O resultado mais provável para uma plataforma grande como a nossa é que eventualmente encolha. Ou talvez cresça, mas se torne menos relevante culturalmente”, disse Mosseri na entrevista. “Não se trata apenas de métricas. É sobre —a cultura acontece no Instagram? Coisas interessantes acontecem no Instagram? Nós fazemos parte do zeitgeist?”
REELS E ÍNDIA
O esforço para se manter relevante é impulsionado pela competição com o TikTok, um dos aplicativos de vídeo mais populares do mundo. O TikTok está “sempre em mente”, disse Mosseri, como mostram algumas das próximas mudanças do Instagram.
A mais notável é um teste que o Instagram planeja iniciar na Índia e na Coreia do Sul, em outubro, que levará os usuários diretamente ao Reels ao abrir o app. Será preciso optar por essa mudança, mas se a adesão for positiva, o recurso poderá ser expandido para outros mercados, afirmou Mosseri.
Como o país mais populoso do mundo, a Índia sempre foi um mercado estratégico para a Meta. Mas se tornou ainda mais crucial para o Instagram porque o TikTok está atualmente banido no país, abrindo espaço para expansão sem a ameaça de um grande concorrente.
“É muito possível que o TikTok volte à Índia, e queremos garantir que não estamos sendo complacentes em um dos nossos países mais importantes”, disse Mosseri sobre o teste. “A Índia é enorme e ainda está se conectando à internet”, acrescentou.
‘DEAR ALGORITHM’
Outro recurso que chegará em breve a vários mercados é uma atualização do algoritmo que permitirá que os usuários escolham tópicos que desejam ver com mais frequência no feed do Reels. Será possível ir às configurações e digitar interesses —como “móveis de meados do século” ou “Seattle Mariners”.
A ideia surgiu depois que executivos notaram usuários pedindo conteúdos específicos em seus feeds com postagens como “Dear Algorithm” seguidas de listas de vídeos desejados. O X, então conhecido como Twitter, também já havia permitido que as pessoas seguissem tópicos para personalizar melhor seus feeds.
“Quanto mais específico você for, mais interessante fica”, disse Mosseri.
A Meta sempre se baseou em sinais implícitos para mostrar conteúdos relevantes, como quem o usuário segue, quais vídeos curte ou compartilha, e os que esconde. Essa nova opção é mais explícita e só é possível graças aos avanços em inteligência artificial, afirmou Mosseri.
Os modelos de linguagem da Meta melhoraram na identificação e rotulagem de conteúdos em vídeos, permitindo que as recomendações sejam mais específicas. Grande parte da classificação de vídeos, antes feita com supervisão humana, agora pode ser automatizada.
“Não acho que teríamos conseguido fazer um bom trabalho nisso há alguns anos”, concluiu Mosseri.
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