Fair Play da CBF colocaria 8 clubes da Série A em risco – 29/08/2025 – Mônica Bergamo

Se já estivesse em vigor, o Fair Play financeiro que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) começou a discutir neste mês colocaria oito clubes da primeira divisão do país em situação irregular. Estudo da consultoria Sports Value mostra que, nos últimos três anos, Botafogo, Bahia, Atlético-MG, Vasco, São Paulo, Corinthians, Santos e Grêmio acumularam déficits médios anuais acima do limite estabelecido como teto saudável no modelo.

O levantamento ainda indica que o custo do futebol consome, em média, 81% da receita dos 20 principais clubes do país, acima do teto de 73% considerado seguro pelo estudo.

Em casos extremos, como Bahia (149%), Ceará (110%), Fortaleza (107%), Cruzeiro (106%), Vitória (103%) e Red Bull Bragantino (102%), os gastos superam 100% das receitas em 2024 —ou seja, gastaram mais que arrecadaram.

No mesmo período, Atlético-GO (98%), São Paulo (90%), Botafogo (86%), Atlético-MG (86%), Vasco (85%), Fluminense (80%), Internacional (78%), Grêmio (78%) e Flamengo (74%) ficaram acima do limite de endividamento recomendado (dívida líquida inferior ao dobro da receita). Outras equipes, como Vasco e Botafogo, também se aproximam da barreira.

Somente Cuiabá, Athletico-PR, Corinthians, Palmeiras e Santos tiveram índices de até 73% em 2024. E muitos mesmo com esse índice, fecharam com altas perdas, como Corinthians e Santos.

Somados, os prejuízos das 20 agremiações e de suas SAFs (clubes-empresa) da Série A chegaram a R$ 1,7 bilhão apenas em 2024. Botafogo (R$ 300 milhões), Atlético-MG (R$ 299,4 milhões) e São Paulo (R$ 287,6 milhões), Bahia (R$ 246,5 milhões) e Corinthians (R$ 181,8 milhões) fazem o top 5 que mais contribuíram para essa meta.

Se fizermos um recorte mais extenso, Botafogo lidera novamente a lista, com R$ 601 milhões negativos nos últimos três anos, seguido por Bahia (R$ 390 milhões) e Atlético-MG (R$ 351 milhões). Entre os clubes associativos, o São Paulo aparece com déficit de R$ 312 milhões e Corinthians de R$ 165 milhões.

Flamengo (R$ 454,5 milhões), Athlético-PR (R$ 454,4 milhões) e Palmeiras (R$ 224,9 milhões), por outro lado, apresentaram os maiores superávits.

O tema entrou na agenda da CBF sob a gestão de Samir Xaud, que assumiu a presidência há pouco mais de dois meses e conseguiu instalar um Grupo de Trabalho com 34 clubes e 10 federações. O objetivo é criar o Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) no país, cuja proposta será apresentada em novembro no CBF Summit.

“Hoje tem clube devendo R$ 2 bilhões e contratando jogador por cima do orçamento. Isso gera um desequilíbrio, é um dopping financeiro”, disse Xaud em entrevista à coluna no início de agosto.

Entre os pilares do Fair Play defendido pela Sports Value e que inspiram o debate na CBF estão: limite de déficit de R$ 20 milhões em média trienal, teto de 73% da receita para gastos com futebol e endividamento controlado.

LEGADO

A empresária Anna Carolina Bassi e Rita Segreto receberam convidados, na terça (26), no lançamento do projeto “Carol Bassi Visita Conrado Segreto”, coleção e exposição criadas em homenagem ao trabalho do estilista. As influenciadoras Gkay e Camila Coutinho marcaram presença no evento.

_{com DIEGO ALEJANDRO, KARINA MATIAS e VICTÓRIA CÓCOLO}

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