Carlos da Câmara Pestana, que foi CEO do Itaú, morre – 23/06/2025 – Mercado
Carlos da Câmara Pestana, que foi presidente do Itaú Unibanco, faleceu no último sábado (21), aos 93 anos. Sua morte foi comunicada pelo atual CEO do banco, Milton Maluhy.
“Dr. Câmara Pestana foi mais do que um executivo brilhante: foi um verdadeiro mentor de gerações, um arquiteto de valores e um exemplo de liderança ética, estratégica e humana”, escreveu o executivo em sua rede social.
Câmara Pestana era português de Paço D’Arcos e formado em direito pela Universidade Clássica de Lisboa, com pós-graduação em ciências político-econômicas, informam os arquivos da Itaúsa.
Em 1957, aos 25 anos, foi indicado para o Ministério do Ultramar de Portugal, participando das rediscussões do Mercado Comum Europeu. Em seguida, virou presidente do maior banco de Portugal, o Banco Português do Atlântico, e da Associação dos Bancos Portugueses.
Em 1974, com a Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura salazarista e estatizou o sistema financeiro, Câmara Pestana veio para o Brasil.
Inicialmente, o executivo buscou emprego no Unibanco, sem sucesso. Em seguida, contatou o diretor regional do Itaú no Rio de Janeiro, que agendou uma reunião com o então presidente do banco, José Carlos Moraes Abreu.
Em 1975, ele foi contratado como chefe da área comercial, cuidando de 20 agências. Em 1980, participou da reestruturação administrativa do banco que criou a diretoria executiva e da oficialização dos princípios do Grupo Itaú, ao lado de Olavo Setubal, Moraes Abreu e Jairo Cupertino.
Em 1989, foi convidado por Olavo para assumir a presidência do banco, e aceitou com a condição que seria apenas para preparar Roberto Setubal para o cargo. Pouco antes da posse, em março de 1990, ele e Roberto tiveram de lidar com o Plano Collor.
Em 1994, ele transferiu a presidência do banco para Roberto Setubal e tornou-se membro do conselho de administração do Itaú. Em 2008, com a morte do Olavo, assumiu a presidência do conselho até 2009, logo após a fusão, continuando depois como membro. De 2011 a 2015, foi presidente do conselho da Itaúsa.
Câmara Pestana voltou para Portugal, vindo ao Brasil periodicamente. Ele faleceu em casa, em Estoril.
“Dr. Câmara Pestana deixa um legado que transcende resultados: ele moldou a cultura, inspirou pessoas e ajudou a construir uma instituição sólida, ética e preparada para o longo prazo. Sua memória viverá em cada valor que cultivamos aqui no banco e em cada decisão que tomamos com responsabilidade e visão de futuro”, completou Maluhy.
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