Bezos entra na corrida de IA e investe em startup – 17/11/2025 – Tec

Bezos entra na corrida de IA e investe em startup – 17/11/2025 – Tec


Fundador da Amazon e uma das pessoas mais ricas do mundo, Jeff Bezos está investindo seu dinheiro e tempo em uma startup de inteligência artificial que ele ajudará a administrar como co-CEO.

A empresa, chamada Project Prometheus, começa com um financiamento de US$ 6,2 bilhões (R$ 32,92 bilhões), parte dele do próprio Bezos, tornando-a uma das startups em estágio inicial mais bem financiadas do mundo, disseram três pessoas familiarizadas com a empresa que falaram sob condição de anonimato porque os detalhes ainda não foram divulgados publicamente.

É a primeira vez que Bezos assume um papel operacional formal em uma empresa desde que deixou o cargo de CEO da Amazon em julho de 2021. Embora esteja profundamente envolvido na Blue Origin, concorrente da SpaceX de Elon Musk, seu título oficial na empresa espacial é fundador.

Desde que deixou a Amazon, Bezos passou a atrair tanto a atenção pela sua vida pessoal quanto pelos negócios, como foi a badalação em torno de seu extravagante casamento repleto de celebridades em Veneza este ano. Ele também se envolveu mais de perto com a Blue Origin e tem demonstrado interesse crescente na corrida para desenvolver IA.

Agora, sua nova empresa o coloca firmemente no meio dessa competição. O Project Prometheus entra em um mercado de IA cada vez mais cheio, com empresas menores tentando criar nichos em uma corrida com gigantes do setor como Meta e Microsoft e empresas pioneiras como OpenAI e Anthropic.

A nova companhia ligada a Bezos mantém um perfil discreto, e nem mesmo está claro quando foi criada. O Project Prometheus foca em tecnologia que se alinha ao interesse de Bezos em levar pessoas ao espaço. A empresa está concentrada em IA que ajudará na engenharia e fabricação em vários campos, incluindo computadores, aeroespacial e automóveis. Não se sabe onde será a sede do Project Prometheus.

O cofundador e co-CEO da empresa é Vik Bajaj, um físico e químico que trabalhou com o cofundador do Google, Sergey Brin, no Google X, um esforço de pesquisa frequentemente chamado de “The Moonshot Factory”. O Google X produziu uma ampla gama de projetos ambiciosos, incluindo Wing, serviço de entrega por drones, e o carro autônomo que se tornou o Waymo.

Em 2015, Bajaj foi um dos fundadores da Verily, laboratório de pesquisa dedicado às ciências que, como Waymo e Wing, é operado pela Alphabet, dona do Google.

Três anos depois, Bajaj cofundou e se tornou CEO da Foresite Labs, incubadora de startups de IA e ciência de dados. Ele recentemente deixou esse cargo para se concentrar no Project Prometheus, de acordo com as três pessoas que falaram sob condição de anonimato.

O Project Prometheus é mais uma na onda de empresas focadas em aplicar IA a tarefas físicas, incluindo robótica, design de medicamentos e descoberta científica. Este ano, vários pesquisadores proeminentes deixaram Meta, OpenAI, Google DeepMind e outros grandes projetos de IA para fundar a Periodic Labs, que está focada em construir tecnologia de IA que possa acelerar descobertas em áreas como física e química.

No ano passado, Bezos investiu na Physical Intelligence, startup que está aplicando IA a robôs.

Mas os US$ 6,2 bilhões em financiamento por trás do Project Prometheus lhe dão uma vantagem na cara corrida para construir tecnologias de IA. Este ano, a Thinking Machines Lab, fundada por um grupo de ex-funcionários da OpenAI, levantou US$ 2 bilhões em financiamento.

O Project Prometheus já contratou quase 100 funcionários, incluindo pesquisadores vindos de empresas de IA de ponta como OpenAI, DeepMind e Meta, disseram as três pessoas.

Várias empresas de IA conhecidas —incluindo OpenAI, Google e Meta— já estão trabalhando em tecnologias destinadas a acelerar o trabalho nas ciências físicas. Dois pesquisadores do Google DeepMind, o principal laboratório de IA da empresa, ganharam o Prêmio Nobel de Química em 2024 por seu trabalho em um projeto chamado AlphaFold, que pode ajudar a acelerar a descoberta de remédios.

Executivos dessas empresas e outras do setor frequentemente dizem que grandes modelos de linguagem —as tecnologias que alimentam chatbots como o ChatGPT da OpenAI— logo alcançarão avanços científicos significativos. OpenAI e Meta dizem que suas tecnologias já estão se aproximando desse objetivo em áreas como matemática e física teórica.

Mas empresas como Periodic Labs e Project Prometheus visam construir modelos de IA que aprendem de maneiras mais complexas do que os chatbots.

Grandes modelos de linguagem adquirem suas habilidades analisando quantidades enormes de texto digital. Ao identificar padrões em artigos da Wikipedia, notícias e outras informações coletadas pela internet, esses sistemas aprendem a imitar a forma como as pessoas juntam palavras. Eles podem até aprender a programar computador e resolver problemas matemáticos.

As novas empresas estão se concentrando em sistemas que também podem aprender com o mundo físico. A Periodic Labs, que tem um apoio de US$ 300 milhões, planeja construir seu próprio laboratório no norte da Califórnia (EUA), onde robôs realizarão experimentos científicos em uma escala enorme. Ao analisar esse processo físico de tentativa e erro, os sistemas de IA podem aprender a realizar experimentos em grande parte por conta própria —pelo menos em teoria.

O Project Prometheus explorará trabalhos semelhantes, de acordo com as pessoas familiarizadas com os planos da empresa.



Fonte: UOL

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