Microsoft investe US$ 33 bilhões em nuvem por IA – 02/10/2025 – Tec
O acordo da Microsoft com a empresa de neonuvem Nebius fornecerá poder computacional para equipes internas que criam modelos de linguagem de grande escala e um assistente de IA para consumidores, segundo pessoas familiarizadas com a situação.
O acordo, que vale até US$ 19,4 bilhões, provocou uma alta nas ações da Nebius quando foi anunciado em 8 de setembro, mas o comunicado foi escasso em detalhes. Como parte do acordo, a Microsoft terá acesso a mais de 100 mil dos mais recentes chips GB300 da Nvidia, disseram as pessoas, que pediram anonimato para discutir um assunto interno.
A estratégia visa lidar com a escassez de capacidade de data centers de IA e permitir que a Microsoft libere seus próprios servidores para fornecer serviços lucrativos de IA aos clientes.
Este é apenas um de uma série de acordos que a Microsoft firmou com as chamadas neonuvens —uma nova categoria de pequenos provedores de infraestrutura que alugam poder computacional focado em IA. A Microsoft assinou mais de USS$ 33 bilhões em compromissos com tais provedores, incluindo Nebius, CoreWeave, Nscale e Lambda. Os acordos demonstram a crescente disposição da empresa em utilizar empresas relativamente novas para infraestrutura importante.
Nebius e as outras empresas de neonuvem se recusaram a comentar.
Os fornecedores de nuvem geralmente operam seus próprios data centers, mas a Microsoft está lutando para disponibilizar capacidade computacional suficiente. Alugar acesso a servidores de neonuvens acelera as coisas, já que elas já resolveram desafios logísticos, incluindo a obtenção de energia e chips suficientes.
“Estamos definitivamente em modo de corrida por território no espaço de IA”, disse Scott Guthrie, que lidera os esforços de nuvem da Microsoft. “Tomamos a decisão de que não queremos ser limitados em termos de capacidade.”
O advento da IA generativa, que consome muita energia, colocou uma enorme pressão na infraestrutura de data centers. Assim, a Microsoft está liberando capacidade em seus próprios data centers para clientes de nuvem, executando parte do processamento para trabalhos internos e da OpenAI em instalações de neonuvem, disse Guthrie.
Por exemplo, os primeiros modelos de IA fundamentais construídos sob o comando do chefe de IA para consumidores, Mustafa Suleyman, foram treinados em um data center da CoreWeave perto de Portland, Oregon, de acordo com pessoas familiarizadas com o trabalho.
Em resumo, a estratégia permite que a Microsoft use seus próprios servidores para vender mais serviços de IA em um momento em que a capacidade computacional está limitada e os investidores clamam por evidências de que os enormes investimentos na tecnologia estão dando retorno.
Alugar acesso a data centers também dá à Microsoft mais flexibilidade financeira. Por exemplo, a empresa pode categorizar alguns custos como despesas operacionais, em vez de custos de capital, o que oferece benefícios potenciais para o fluxo de caixa, impostos e a forma como o lucro é reportado a Wall Street, disse o analista da Bernstein, Mark Moerdler. Os acordos com neonuvens também permitem que a Microsoft mude de direção mais rapidamente do que quando opera seus próprios data centers, acrescentou ele.
A empresa não está apenas usando servidores de neonuvem para treinar modelos de IA. Acordos recentes com a Nscale no Reino Unido e na Noruega ajudarão a Microsoft a oferecer serviços de IA nessas regiões, disse Guthrie. No início do boom da IA, a empresa anunciou que alugaria capacidade da Oracle para oferecer uma versão do mecanismo de busca Bing com recursos de IA.
Empresas rivais de serviços em nuvem, como a Amazon, não anunciaram trabalhos com neonuvens no mesmo grau que a Microsoft. O Google está alugando alguma capacidade da CoreWeave como parte de seu trabalho com a OpenAI, informou a Reuters. Moerdler disse que isso provavelmente ocorre porque a Microsoft tem mais demanda relacionada à IA do que seus concorrentes.
Guthrie apontou para o aumento da demanda por IA tanto de produtos da Microsoft, como o GitHub Copilot, quanto da OpenAI, que tem centenas de milhões de usuários do ChatGPT. “A Amazon não tem nem de perto essa escala. Nem o Google, em termos de total de usuários com intensidade, especialmente durante o horário comercial”, disse ele.
Mesmo enquanto terceiriza parte da computação de IA para provedores de neonuvem, a Microsoft continua a gastar agressivamente em suas próprias instalações. Na terça-feira (30), a Microsoft anunciou uma segunda fase de desenvolvimento em um data center em Racine, Wisconsin. A expansão elevará a capacidade total de energia do site focado em treinamento para pelo menos 900 megawatts, de acordo com pessoas familiarizadas com os planos, quase tanta energia quanto a produzida por um reator nuclear típico.
No início deste ano, a Microsoft pausou ou abandonou vários projetos enquanto avaliava suas necessidades computacionais. Guthrie disse que a Microsoft continuará a ajustar seus planos de infraestrutura, acelerando ou recuando em certos projetos ou regiões conforme se adapta à demanda e às regulamentações.
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